A primeira impressão de quem chegava ao Jardim Amanda nos fins dos anos 80 e início dos 90 era de um lugar inóspito, ruim de se viver. Primeiro em razão da falta de conhecimento acerca da realidade e da sociabilidade dos moradores que já residiam o bairro. Segundo porque era claro a falta de infraestrutura básica; a água barrenta desaparecia das torneiras, não tinha esgoto e a fossa era um item de todas as casas. O transporte, a saúde, a educação e a segurança publica era precário. Ruas de terras enlameavam os caminhos nos dias de chuvas e a vista empoeiravam-se com o tempo seco.
O bairro era um lugar rude, difícil de se viver, mesmo assim foi capaz de gerar perspectivas a longo prazo às famílias que investiram suas economias para comprar seu lote, e assim libertar-se definitivamente do aluguel. Parece que pressentiam o desenvolvimento e crescimento do bairro. Um outro aspecto que se descobre; a solidariedade entre vizinhos e comunidade descobre-se na medida do tempo.
Morador antigo, o fotografo Renato Figueiredo é aquele tipo que chamamos de memorialista. Graças as suas fotos, é possível imaginarmos o Jardim Amanda de ontem, aquele bairro inóspito que impunha medo aos visitantes, e que fez fama na região de Campinas dada a sua grandeza periférica. As fotos de Figueiredo nos permitem voltar ao tempo e sentir novamente as sensações do passado, podemos imaginar a realidade retratada por exemplo a partir de uma foto conhecida nas redes, e que expõe o gigante observado de cima para baixo com suas ruas barretas, e com suas casas de alvenaria semiacabadas.
A partir desse registro histórico retomamos a dimensão do que foi o Amanda um dia. Pois é, o Jardim Amanda já foi inóspito um dia. Hoje como poderíamos classificá-lo?