Jardim Amanda da água barrenta e da baixada fluminense

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Hoje, a grandeza do bairro se confunde com a importância de Hortolândia. Sabemos que o saudosismo e o bairrismo de sermos amandenses incomoda os hortolandenses de outros jardins. Fazer o quê, para quem teve de lidar com a água barrenta por um bom tempo não liga para birra da vizinhança.

Já habituado as paisagens em construção do bairro; as trilhas dos terrenos baldios que nos conduzia ao ponto de ônibus, a falta constante da água barrenta, a inalação da poeira no fim de tarde; quando não, o malabarismo para caminhar nas ruas enlameadas depositada pelas chuvas; que para o bem ou para o mal aliviava a todos da impregnação do pó seco nas narinas.

Nessa época, fins da década de 80 e inicio de 90, o Amanda foi comparado à baixada fluminense. Pintado como um bairro violento, que abrigava integrantes do Comando Vermelho do Rio de Janeiro.


O bairro ganhou fama e até hoje possui esse estigma, de território perigoso. O Jornal Correio Popular publicou essa notícia em 1995 não me falhe a memória. A foto do bairro estampava a primeira página da publicação no domingo


.

Mas a água ainda era barrenta, e não havia ainda nem coragem e nem dignidade para tomar no bico da torneira. A lagoa não secava, as ruas eram esburacadas e muita gente era feliz, mesmo na escassez.

Pois é, quem se habituou com isso, com um passado precário de serviços básicos no Jardim Amanda pode perfeitamente ser feliz com o que ele oferece hoje, ou não?

Salve Amanda

Fotos: Renato Figueiredo

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